ENCHENTES
Esperança é o novo Centro Humanitário de Acolhimento em Canoas
   
Novo espaço é financiado pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac e tem gestão da Organização Internacional para as Migrações

Por Felipe Borges - Secom RS
23/07/2024 18h44

Esperança é o novo Centro Humanitário de Acolhimento aberto pelo governo do Estado para receber quem perdeu tudo nas enchentes, em Canoas.

Pessoas que estão abrigadas no Centro Olímpico Municipal da cidade e no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Erna Würth foram encaminhadas, a partir das 14h desta segunda-feira (22/7), para o novo espaço, financiado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac e com gestão da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O Esperança tem capacidade para cerca de 850 pessoas. Localizado no estacionamento do Centro Olímpico Municipal, na Avenida Araguaia, 1151, bairro Igara, junta-se ao Recomeço, também em Canoas, e ao Vida, em Porto Alegre.

A ocupação nessa terceira unidade ocorre de forma gradual, com uma expectativa de iniciar com 40 pessoas por dia.

As três estruturas foram projetadas pelo governo estadual, em conjunto com as prefeituras municipais, além de empresas e organizações parceiras – que fizeram doações de maquinários, brinquedos e outros itens para dar mais conforto aos acolhidos.

A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.

“Concluímos hoje a entrega dos três centros, mas seguimos o trabalho de monitoramento contínuo, que é essencial para garantirmos que as condições de acolhimento se mantenham adequadas e que as necessidades das famílias sejam atendidas de maneira integral. Nossas equipes, em conjunto com a OIM e a gestão dos municípios, estão acompanhando presencialmente e de forma permanente as atividades no Recomeço, no Vida e, agora, no Esperança”, destaca o vice-governador Gabriel Souza.

Assim como os demais centros, o Esperança é fruto de um trabalho conjunto e da união de esforços de diferentes entes para garantir um abrigamento de qualidade até que as pessoas acolhidas recebam a moradia definitiva dos programas habitacionais anunciados pelo governo federal.

Centro Esperança 2

Centro Esperança busca garantir um abrigamento de qualidade para as pessoas acolhidas - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

"A abertura do Centro Esperança é a continuação de uma parceria de sucesso entre as organizações envolvidas na assistência aos desabrigados. Nosso objetivo é poder acolher e cuidar dessas pessoas para que possam dar o próximo passo rumo à reconstrução de suas vidas. O nome 'Esperança' simboliza aquilo que acreditamos", sintetiza o coordenador de emergência da OIM, Joaquim Torrinha.

O secretário de Apoio à Reconstrução de Canoas, Roberto Tejadas, frisa que os centros contam com apoio de organizações especializadas em abrigamento. “Optamos pelo Centro Humanitário de Acolhimento porque, além de ser um espaço mais qualificado, ainda tem toda a experiência comprovada e atestada pelas agências da Organização das Nações Unidas. É um espaço que propicia maior individualidade, com uma família em cada unidade habitacional", ressalta.

Informações sobre o Esperança

O centro possui 9 mil m2 de área construída. Foram instaladas estruturas em tendas com 122 dormitórios, que possuem capacidade para acolher até 850 pessoas, além de tendas multiuso e auxiliares destinadas a diversos serviços.

Dormitórios Centro Esperança

Ao todo, são 122 dormitórios no Centro Esperança, com capacidade para acolher até 850 pessoas - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Dormitórios

A fim de garantir mais privacidade e individualidade aos acolhidos, os dormitórios são distribuídos em quatro alas: grupos familiares, homens, mulheres e a ala LGBTQIA+ (pensada como opção para as pessoas desse grupo que se sentirem vulneráveis em outros espaços). A mobília varia conforme a necessidade, contemplando beliches, cama de casal ou de solteiro e berços. Também há espaço para que as pessoas possam guardar seus pertences pessoais. Por questões de segurança, não há tomadas elétricas nos dormitórios, mas sim nas áreas de convivência disponíveis em cada ala.

Serão sete dormitórios masculinos e sete femininos, 96 unidades para grupos familiares de até cinco pessoas, seis unidades para grupos familiares de até dez pessoas e seis dormitórios LGBTQIA+ para até oito pessoas cada, além de 50 berços.

Há banheiros privativos para cada uma das alas, garantindo maior privacidade e individualidade aos acolhidos.

Banheiros e chuveiros

Há 64 banheiros, 48 chuveiros femininos e masculinos e seis chuveiros para pessoas com deficiência (PcD). A OIM recomenda um banheiro a cada 20 pessoas. No Centro Esperança, há um a cada 13 pessoas. A distribuição dos banheiros é a seguinte:

  • Ala Grupo Familiar
    Banheiro feminino: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.
    Banheiro masculino: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.
  • Ala Feminina: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.
  • Ala Masculina: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.
  • Ala LGBTQIA+: dois lavatórios, dois chuveiros e dois vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.
  • Copa: dois lavatórios, um banheiro masculino um banheiro feminino.
  • Posto médico: um banheiro feminino e um banheiro masculino, com um lavatório em cada.
  • Cozinha: um banheiro feminino e um banheiro masculino, lavatório e chuveiro, em cada um deles.

Montagem da estrutura

Em 17 de junho foi iniciada a instalação para base das estruturas e a drenagem no terreno onde o centro foi instalado. A prefeitura foi responsável pela disponibilização das redes de água e de esgoto, e a montagem das tendas foi realizada pela empresa DMDL, contratada pela Fecomércio.

Lavanderia coletiva

Oito máquinas de lavar e oito máquinas de secar estão disponíveis. As máquinas foram doadas pela empresa Whirlpool Corporation e poderão ser utilizadas pelas famílias. Foram instalados seis tanques, e também há espaço de varal para estender roupas.

Lavanderia Centro Esperança

Oito máquinas de lavar e oito máquinas de secar estão disponíveis na lavanderia coletiva - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Refeitório

O refeitório tem capacidade para 400 pessoas. A alimentação será fornecida por uma empresa contratada pela OIM. Serão oferecidas três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar.

Refeitório Centro Esperança

O refeitório tem capacidade para 400 pessoas - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Lactário e fraldário

No centro, há uma sala equipada com berços, cadeiras de amamentação, espaço de trocador, geladeiras, torneiras de água quente, bebedouros e micro-ondas para esquentar mamadeiras.

Lactário e fraldário Centro Esperança

Também há uma sala equipada com berços, cadeiras de amamentação e trocadores - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Segurança

O Centro Esperança contará com uma unidade permanente (micro-ônibus) para monitoramento da entrada de triagem e uma viatura móvel próxima à entrada principal. Além disso, serão instaladas câmeras de videomonitoramento no local.

Posto médico

Há no Centro Esperança um consultório, duas salas de observação e uma farmácia. Os atendimentos serão realizados por equipes das secretarias da Saúde e de Desenvolvimento Social do Estado e do município.

Espaço das crianças

O Espaço Kids, organizado pela Associação Resgate Cordeiro, oferece uma ampla variedade de brinquedos e serviços para crianças. O espaço conta com tatame, mini-móveis, brinquedos educacionais, livros e materiais escolares.

Serão oferecidos apoio psicológico para lidar com estresse pós-traumático e acompanhamento por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil.

Espaço kids Centro Esperança

Espaço kids oferece variedade de brinquedos e serviços para as crianças - Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

Espaço Multiuso

O local será equipado com TV e cadeiras para oferecer aos acolhidos um espaço de entretenimento e onde também poderão ocorrer atividades de aprendizagem e qualificação profissional.

Animais

Os animais das famílias acolhidas permanecerão em espaço já existente no Centro Olímpico Municipal.

Gestão do Centro Esperança

Com larga experiência em desastres em todo o mundo, a OIM foi escolhida para ser a gestora do espaço. A instituição será a responsável pelo estabelecimento de regras de convivência, monitoramento de serviços, atividades de saúde mental e garantia de alimentação aos acolhidos, entre outras ações. A organização contará com uma equipe de cerca de 250 profissionais para gerir os três centros que estão sendo implantados pelo Estado.

Triagem e entrada das famílias

As famílias entrarão de maneira gradativa a partir da tarde desta segunda-feira (22/7), conforme triagem feita pela prefeitura de Canoas, em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). As primeiras 40 pessoas chegarão a partir das 14h.

Na sequência, o processo de ingresso será progressivo, com uma média de 60 pessoas por dia, incluindo finais de semana. A expectativa é chegar à lotação máxima até a primeira quinzena de agosto.

Critérios para adesão das primeiras famílias

  • Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais);
  • se há idosos;
  • se há PcD;
  • se há gestantes;
  • se há pessoas com transtorno do espectro autista (TEA);
  • número de membros da família;
  • especificidades de cada família, a fim de assegurar o acolhimento adequado às mais vulneráveis. 

Abrigos de onde virão as famílias

As primeiras pessoas acolhidas no Esperança estão abrigadas no Centro Olímpico Municipal de Canoas e no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Erna Würth. Também estão previstas transferências do Centro Recomeço para o Esperança por questões logísticas relacionadas aos empregos dos acolhidos.

Texto: Ascom GVG
Edição: Felipe Borges/Secom

 


   

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