POLÍCIA
Policial rodoviário e empresários presos por esquema de propina para não pagamento de taxas ao Detran
   
Suspeitos detidos são de Montenegro e Nova Santa Rita

Por G1
09/09/2025 09h36

A Polícia Federal (PF) prendeu temporariamente, durante operação nesta terça-feira (9), um policial rodoviário federal e dois empresários envolvidos em um esquema de propina para não pagamento de taxas ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran) do Rio Grande do Sul.

Conforme a PF, o valor movimentado em propinas chega a R$ 240 mil nos últimos quatro anos, entre agosto de 2021 e agosto de 2025. O prejuízo ao Detran neste mesmo período é estimado em R$ 1 milhão.

O delegado Diego Gallo, responsável pela investigação, explica que o esquema funcionava desta forma: em vez de repassar as taxas decorrentes do recolhimento de um veículo ao Detran, os donos dos Centros de Remoção e Depósito embolsavam os valores e dividiam o dinheiro com policiais rodoviários, que não cumpriam as suas funções de fiscalização e não registravam o caso.

A PF identificou que os investigados pelo esquema realizaram mais de 1,3 mil remoções entre 2021 e 2025.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgou, por meio de nota, que a "investigação foi iniciada a partir de levantamentos conduzidos pela Corregedoria Regional da PRF no Rio Grande do Sul, que identificou indícios de atuação ilícita e repassou as informações ao Ministério Público Federal e Polícia Federal".

A operação policial cumpriu mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça em nove endereços, incluindo um posto da PRF e imóveis ligados aos suspeitos. A PF não divulgou, mas o g1 apurou que os locais ficam em Montenegro e Nova Santa Rita.

Em um desses locais, um motorista de caminhão foi preso por estar em posse de armas de fogo sem registro. Houve, ainda, o sequestro de quatro veículos e o bloqueio de contas bancárias ligadas ao grupo.

Além do policial rodoviário preso, há outro policial suspeito de participação no esquema. Detalhes sobre ele não foram divulgados pela PF.

A Justiça determinou, ainda, o afastamento do policial rodoviário preso do cargo público e a proibição de que os depósitos investigados firmem contrato com o Detran.

Nota da Polícia Rodoviária Federal

"A Polícia Rodoviária Federal informa que, em conjunto com a Polícia Federal e o Detran/RS, participou de uma operação na manhã desta terça-feira, (09/09/2025), que investiga suspeitos de envolvimento com irregularidades na cobrança de remoção de veículos.

A investigação foi iniciada a partir de levantamentos conduzidos pela Corregedoria Regional da PRF no Rio Grande do Sul, que identificou indícios de atuação ilícita e repassou as informações ao Ministério Público Federal e Polícia Federal, resultando na deflagração da operação.

Na ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão, sequestro de veículos, bloqueio de contas bancárias e três prisões temporárias. Destas, uma é referente à de um servidor da PRF lotado no Rio Grande do Sul.

As outras duas prisões temporárias e mandados de busca e apreensão foram cumpridos em desfavor de empresários responsáveis pelo Centro de Remoção e Depósito investigado.

FONTE G1


   

  

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