Unidos no combate à violência contra as mulheres a partir da conscientização de homens, o deputado Adão Pretto Filho e o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto, agitaram o sábado de carnaval na Praia Grande, em Torres, com a tradicional Campanha Verão Sem Machismo. A iniciativa é da Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, que foi criada por Edegar em 2011, enquanto deputado, e hoje é coordenada por Adão na Assembleia Legislativa.

“Ações como essa são cada vez mais urgentes e importantes para potencializar a luta pela vida das mulheres. A Frente Parlamentar tem o compromisso de propor reflexões e conscientizar os homens, porque a violência contra as mulheres é majoritariamente praticada pelos homens, seja companheiro, ex-marido, namorado, ou familiar. Então, é com eles que nós precisamos conversar”, explica Adão.

Como fazem desde 2018, ano em que Edegar criou o “Verão Sem Machismo” através do Comitê Gaúcho Eles Por Elas, da ONU Mulheres, os irmãos Pretto percorreram a beira-mar acompanhados de apoiadores da causa. Sob um sol de mais de 30 graus, para chamar a atenção e alertar os veranistas sobre o grave problema, eles entregaram leques e materiais informativos. Também vestiram camisetas que destacam a frase “Violência Contra Mulher Não”. A ação foi bem recebida pelo público, em especial saudada pelas mulheres.

“Nosso objetivo é organizar e mobilizar outros homens que, assim como nós, estão incomodados com o machismo que oprime, violenta e mata as mulheres. Em média, quatro mulheres são mortas por dia no país pelo fato delas serem mulheres. Isso é assustador e inaceitável. Onde estiverem, elas têm que ser respeitadas”, afirma Edegar.

A praia é local da campanha por reunir, nesta época do ano, pessoas de várias regiões gaúchas e até mesmo de outros estados, que vão ao litoral para curtir o mar e o carnaval. Também é nesse período e contexto que os casos de violência contra as mulheres costuma aumentar.

Conforme levantamento da Frente Parlamentar, a partir de dados da Secretaria de Segurança Pública do RS, nos últimos cinco anos ocorreram no estado 471 feminicídios. Isso significa que uma mulher foi morta, em média, a cada quatro dias. No mesmo período, ainda foram registrados 11.586 estupros e 95.917 casos de agressão com lesão corporal. Somente em 2023, ocorreram 2.485 estupros, 19.813 casos de agressão corporal e 87 feminicídios.