RURAL
Manejo de pragas e doenças é tema de palestra na Semana da Citricultura de Harmonia
   
Harmonia se destaca na produção de citros no Vale do Caí, com mais de 10 toneladas de laranjas, bergamotas e limões colhidos na última safra

Por Tiago Bald
31/07/2024 14h16

Manejo de pragas e doenças é tema de palestra na Semana da Citricultura de Harmonia

Em sua terceira edição, a Semana da Citricultura de Harmonia reuniu um público de cerca de 50 pessoas na tarde de quarta-feira (17/07), para uma série de discussões que tinham como tema central o manejo de pragas e doenças nos pomares.

O evento, organizado pela Emater/RS-Ascar e Prefeitura, com o apoio das empresas Jacto e Agrimar, além do Sebrae/RS, foi realizado no Parque Municipal e contou ainda com atividades práticas sobe uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), uso de pulverizadores e regulagem de equipamentos.

Palestrante do dia, o engenheiro agrônomo Thomaz Palma Rocha de Andrade abordou as principais doenças que atingem os pomares de citros – especialmente em períodos de forte umidade -, casos da podridão floral dos citros e da pinta preta.

Em sua manifestação, citou as condições para a ocorrência, os principais sintomas, as formas de identificar e quais os caminhos para que a doença seja controlada. No caso da podridão, o consultor destacou a forte incidência do fungo em períodos chuvosos, especialmente na época da florada. “O que pode acarretar um volume alto de perdas de produção”, aponta.

De acordo com Andrade, é importante o produtor estar atento a sintomas como lesões de cor róseo-alaranjadas nas pétalas e necroses no estigma e no estilete. “E, para além do controle químico como estratégia, talvez seja interessante reduzir ou uniformizar o período de florescimento, seja por meio do uso de irrigação, de adubação equilibrada, de eliminação de plantas debilitadas e de manutenção da sanidade”, frisa, apontando que a aplicação de fungicidas sistêmicos deve ocorrer em períodos que antecedem a incidência das chuvas. “A ideia geral é a de proteger as flores”, comenta.

Sobre a pinta preta, o profissional destaca que ela ataca folhas, ramos e frutos, sendo disseminada por meio de mudas, restos de material vegetal e chuvas, com os danos mais visíveis estando relacionados à aparência. “A fruta até não perde sabor, podendo ser utilizada para sucos”, explica.

Sobre a prevenção, o agrônomo afirma que ela pode envolver desde o plantio de mudas certificadas e o controle de entrada no pomar de material vegetal, até a implantação de gramíneas e de roçadas para a formação de cobertura verde, além de podas de limpeza, uso de quebra-ventos e de irrigação por gotejo.

Tema da palestra do evento do ano passado, o greening também foi lembrado como uma doença que preocupa – ainda que não tenha sido confirmada incidência no Estado.

Outras doenças como verrugose, melanose, gomose e cancro cítrico e mesmo pragas como ácaros, mosca da fruta, cochonilha, pulgões e brocas também foram apontados como problemas que afetam os produtores de laranjas, bergamotas e limões – ainda que com menos complicações.

De forma complementar, Thomaz apresentou caminhos para a recuperação de pomares inundados.

Em uma segunda parte, o extensionista da Emater/RS-Ascar Michael da Silva Serpa apresentou ao público, os procedimentos adequados para o uso de EPIs – como botas, luvas, aventais, calças, viseiras e respiradores. “Nunca é demais lembrar que, para além das preocupações que envolvem o consumidor, o agricultor também está muito sujeito aos riscos que envolvem a aplicação de agrotóxicos”, enfatizou.

Ainda em sua fala, mencionou a importância da precisão na hora da pulverização – o que envolve desde o tamanho de gota e tipo de ponta, até as condições climáticas adequadas.

Presente na atividade, o agricultor Lucas Kunrath, da localidade de Morro Peixoto, valorizou a ação – especialmente em um período complicado, como o das recentes questões climáticas.

De família de produtores de citros há 65 anos, Kunrath comenta que nunca haviam passado por perdas como as que envolveram as enchentes, com a água chegando a locais inimagináveis. “A gente se acostuma a lidar com as pragas e as doenças que fazem parte do cotidiano e, agora, temos de pensar em como recuperar o pomar”, comenta, a respeito dos quatro mil pés de laranjas distribuídos em oito hectares que ficaram debaixo da água. “Temos de aguardar o retorno do sol com mais frequência, pra ver o que pode ser salvo”, avalia.

Com cerca de 1.500 hectares de citros plantados e dezenas de famílias envolvidas, Harmonia se destaca na produção de citros no Vale do Caí, com mais de 10 toneladas de laranjas, bergamotas e limões colhidos na última safra.

Como parte da atividade, o secretário municipal de Agricultura Davi Bach apresentou ações de apoio aos produtores.

O evento também foi acompanhado por outras lideranças, como o supervisor da Emater/RS-Ascar Fábio Encarnação, que valorizou o encontro como uma excelente oportunidade para troca de conhecimentos e de experiências entre os envolvidos.

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Lajeado

Jornalista Tiago Bald        


   

  

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