RURAL
Receita Federal investiga sonegação de R$ 1,4 bilhão em venda irregular de gado
   
As autoridades também autorizaram a suspensão judicial de servidores públicos que estariam envolvidos no esquema criminoso

Por Agência Brasil
18/07/2024 08h56

A Operação Rei do Gado deflagrada na manhã de quarta-feira (17/7) pela Receita Federal apura a sonegação de impostos na compra e venda de gado no valor de quase R$ 1 bilhão.

Com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e do Ministério Público do Estado do Maranhão, a operação cumpriu um mandado de prisão preventiva em Brasília e outros 50 mandados de busca e apreensão em seis cidades paulistas: Bálsamo, Cardoso, Macedônia, Rancharia, Santa Fé do Sul e Votuporanga. As buscas ocorrem também em cidades do Maranhão, Minas Gerais e nas capitais Palmas e Goiânia.

A investigação busca provas sobre um esquema de sonegação fiscal envolvendo as vendas fraudulentas de gado. As transações, ocorridas entre julho de 2020 e abril de 2023, somam quase R$ 1,4 bilhão.

A Receita estima que cerca de R$ 300 milhões, corresponderiam à sonegação de impostos federais na compra e venda de quase 450 mil bovinos nos estados de São Paulo, Maranhão, Minas Gerais, Tocantins, Goiás, além do Distrito Federal.

As autoridades também autorizaram a suspensão judicial de servidores públicos que estariam envolvidos no esquema criminoso e ainda determinaram o sequestro e o bloqueio de bens dos envolvidos, num valor equivalente a R$ 67 milhões.

O esquema de sonegação envolvia quatro núcleos distintos, cada um com uma atribuição específica:

Um núcleo era formado por servidores públicos que auxiliavam na inserção de dados falsos em sistemas oficiais de mensuração de impostos a pagar.

Outro núcleo era formado por contadores responsáveis pela emissão de Notas Fiscais Avulsas, que eram falsas.

O terceiro núcleo era composto por pessoas “laranjas”, que emprestavam o nome e o CPF para outras, que constavam como remetentes e emissoras de quase 7 mil Notas Fiscais Avulsas, sendo todas falsas.

Já o quarto núcleo envolvia compradores de gado e transportadores de animais para abate em frigoríficos no estado de São Paulo.

 

Fonte: Agência Brasil – Leandro Martins e Denise Griesinger
Edição final: Vladimir Cunha Santos (AgroSul)


   

  

menu
menu