Fepam emite licença para início das obras de usina de etanol em Passo Fundo
Com investimento estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão, a nova planta irá processar 525 mil toneladas de cereais

Por Joyce Heurich - Fepam
25/04/2024 11h02

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), por meio da Divisão de Atividades Industriais, concedeu a licença que autoriza o início das obras da usina de etanol da Be8, a ser instalada em Passo Fundo, no Norte do Rio Grande do Sul.

Com investimento estimado em aproximadamente R$ 1 bilhão, a nova planta irá processar 525 mil toneladas de cereais por ano, destinadas tanto à produção do biocombustível quanto à fabricação do farelo DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) – subproduto com potencial de uso na alimentação animal.

O empreendimento contempla ainda uma linha de produção de glúten vital – concentrado proteico obtido a partir da farinha de cereais.

A Licença de Instalação (LI) foi entregue a representantes da Be8 na quarta-feira (24/04), durante ato, em Porto Alegre, com a participação do presidente da Fepam, Renato Chagas; do diretor técnico da Fundação, Gabriel Ritter; da chefe do Serviço de Licenciamento de Atividades Industriais em Implantação (Selai), Annelise Pedroso; e da analista ambiental coordenadora da análise, Helena Petersen. A cerimônia contou ainda com a presença do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.

“A Fepam acompanha as operações da Be8 desde 2005, quando do licenciamento prévio da sua planta de biodiesel em Passo Fundo. Com essa licença para a usina de etanol entregue hoje, a Be8 agrega mais uma fonte renovável de produção de combustível, que irá se somar à busca por uma matriz energética de baixo carbono no estado”, ressaltou o presidente Renato Chagas.

A fábrica poderá produzir tanto etanol anidro (adicionado à gasolina) quanto hidratado (consumo direto), a partir do processamento de cereais como trigo, milho, triticale e sorgo. A capacidade de produção é de 209 milhões de litros de etanol ao ano, representando 20% da demanda do RS, que hoje depende da importação do combustível.

“Esse empreendimento vai ao encontro dos compromissos ambientais assumidos pelo Estado. Etanol é um combustível que o Rio Grande do Sul tem potencial de produzir e que vai auxiliar na descarbonização da nossa matriz energética”, avalia a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann.

"Nós estamos dando um passo fundamental para o início das obras deste complexo industrial que coloca o Rio Grande do Sul, de uma forma mais intensa, no circuito de produção de etanol. É um investimento alto, com uma geração de empregos significativa, demonstrando que o desenvolvimento gaúcho está cada vez mais engajado com o pilar das energias renováveis", salientou Ernani Polo, secretário de Desenvolvimento Econômico do RS.

“Seguimos orgulhosos por cumprir mais esta etapa de liberação ambiental, que nos credencia a começar as obras que representam empregos e oportunidade viável de renda ao agricultor com a cultura de cereais de inverno”, destaca Erasmo Carlos Battistella, presidente da Be8.

As primeiras atividades de terraplanagem devem começar até meados de junho. Conforme cronograma apresentado pela empresa, as obras devem durar aproximadamente um ano e meio.

A nova fábrica tem previsão de entrar em operação em 2026, sendo necessária, ainda, a solicitação da Licença de Operação (LO) pelo empreendedor à Fepam, última etapa do processo de licenciamento ambiental.

A licença concedida ao projeto da Be8 é a terceira LI emitida pela Fepam a usinas de etanol no estado. As demais estão localizadas em Santiago e Carazinho. Há, ainda, uma Licença Prévia (LP) emitida para Viadutos e uma solicitação de LP em análise junto ao órgão ambiental, prevista para o município de Júlio de Castilhos.

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